terça-feira, 7 de outubro de 2014

Um Linear Genealógico

Um Linear Genealógico
  
Na segunda metade do século XVI
Vivia em Beja – Portugal
João Maciel Valente
Casado com Maria Ribeiro
Este casal teve entre seus filhos:
Estevão Ribeiro Baião Parente



Estevão Ribeiro Baião Parente, natural de Beja- Portugal, casou-se aproximadamente no ano de 1599, com Madalena Feijó Madureira, nascida em 1587, da cidade do Porto- Portugal. Estevão faleceu em 29 de novembro de 1679.
Estevão e Madalena tiveram como filhos:
1º Ana Ribeiro.
2º Cecília Ribeiro (x).
3ºLeonor Ribeiro Pedroso.
4º Estevão Ribeiro (O moço, famoso sertanista brasileiro).
5º Ascenso Ribeiro.
6º Pantaleão Ribeiro Pedroso.

Esta família está descrita por Silva Leme
Nos volumes 2 pág. 166 e volume 3 pág. 231 Capitulo 4 de sua genealogia paulistana
A segunda filha de Estevão e Madalena, Cecília Ribeiro Baião, nasceu na cidade do Porto- Portugal, por volta de 1602, e faleceu em 1667 no Brasil. Casou-se com Bernardo de Quadros, natural de Sevilha, na Espanha.
De descendência nobre ocupou cargo de provedor e administrador das minas e foi Juiz de órfãos em São Paulo em 1599, falecendo no Brasil em 1642.
Bernardo e Cecília foram pais de:
1º Ascenso de Quadros.
2º Bartholomeu de Quadros (x).
3º Maria de Quadros.
4º Esthefania de Quadros.
5º Benta das Neves.
6º Bernardo Ribeiro.

Desta descendência, o segundo pela ordem, Bartholomeu de Quadros, é quem nos interessa para esta genealogia.
Segundo a genealogia Paulistana de Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852 – 1919) Volume 7 pág. 166 e 168.
Bartholomeu de Quadros casou-se em 1635, em São Paulo, com Isabel Bicudo de Mendonça, filha do capitão Manuel Pires e Maria Bicudo. Bartholomeu faleceu em São Paulo em 1649.
Descendência de Bartholomeu e Isabel:
1ºAntônio de Quadros.
                2º Bartholomeu de Quadros.
3º Bernardo de Quadros.
4º Maria de Quadros.
5º Cecília Ribeiro.
6º Isabel de Quadros.
7º Anna de Quadros.
8º Estephania de Quadros.
9º Baltazar de Quadros, de quem segue descendência.
Baltazar de Quadros foi casado (x), com quem teve seu filho: Bernardo de Quadros.
Segue descendência de Bernardo de Quadros, que casou-se com Francisca Cubas de Brito em Itú – São Paulo, em 1711, filha de Paulo Proença e Maria Bicudo de Brito.
Filhos de Bernardo e Francisca:
1º Maria de Quadros, casada em Itú – São Paulo em 1730, com João da Costa de Oliveira.
2º Anna Meira de Quadros, casada em Itú – São Paulo em 1742, com João Baptista Pereira Filho.
3º Catarina Diaz Cortez.
4º Antônio Bicudo de Quadros.
Geração de Antônio Bicudo de Quadros, filho de Bernardo e Francisca:
Nascido em Itú – São Paulo em 1712, falecido em Castro no Paraná em 1766. Casou-se com Antônia Pereira dos Santos de Curitiba – Paraná, em 1742, filha de João Baptista Pereira e Catarina Diaz Cortez. Antônia faleceu em 1799 em Castro – Paraná.
De Antônio Bicudo de Quadros e Antônia Pereira descendem:
1º Inácia Pereira de Quadros.
2º Francisca Pereira de Quadros.
3º Anna Pereira de Quadros.
4º Bernardo Pereira de Quadros (x).
5º Luíza Pereira de Quadros.
6º Antônio Pereira de Quadros.
7º Joana Pereira de Quadros.
8º Francisco Pereira de Quadros.
Desta relação, o quarto filho:  Bernardo Pereira de Quadros interessa para este linear.
Bernardo Pereira de Quadros nasceu em Castro – Paraná em 1755, casou-se com Branca Bueno de Morais, natural de Curitiba – Paraná, filha de José Correira de Morais de Atibaia e de Antônia Ribeiro, esta filha de Inácio Taques de Almeida e Margarida da Silva.
De Bernardo e Branca descendem onze filhos:
1ºAnna Florinda, casada com Álvaro Gonçalves Martins.
2º Luzia Maria, nascida em Castro, batizada no dia 18 de setembro de 1785 e falecida em 08 de outubro de 1816 casada com Rodrigo Félix Martins.
3º Reginalda, nascida em Castro no dia 21 de outubro de 1787, casada no dia 08 de Janeiro de 1818 com Rodrigo Félix Martins, viúvo de sua irmã, Luzia Maria.
4º Maria Bueno de Quadros.
5º José Antônio, casado em 25 de dezembro de 1813 com Alda Brandina Ferreira.
6º Francisco Leandro, nascido em 1793, casou-se três vezes e faleceu no dia 27 de fevereiro de 1844.
7º Joaquim Manuel de Quadros (meu tri avô).
8º Bernardo Pereira de Quadros, casado com Anna Claudina Martins, nascida em 1809 em Castro – Paraná.
9º Firmiano de Quadros.
10º Gabriel Pereira de Quadros faleceu nas guerras do Prata.
11º Ana Emília de Quadros casada com seu sobrinho Joaquim Roberto Martins, de quem descende um único filho, Firmino Martins.
Para essa determinada ação, interessa Joaquim Manuel de Quadros sétimo filho pela ordem.
Joaquim Manuel de Quadros foi batizado no dia 10 de Dezembro de 1794, em Castro, casou-se em 29 de Janeiro de 1815 com Pulcehéria Borges de Macedo, filha de Cirino Borges de Macedo e Rosa Maria da Silva, natural de Curitiba.
Consequentemente, Pulcéhria contava entre seus irmãos por parte de pai, José Borges de Macedo, eleito vereador em Castro em 1814. Além de outras diversas e importantes funções, José se tornou o primeiro prefeito de Curitiba, nomeado no dia 21 de Julho de 1835.
Joaquim Manuel e Pulcéhria foram pais de entre outros: Bernardo Antônio de Quadros e Pedro Bueno de Quadros, Firmiano Pereira de Quadros e Maria do Rosário de Quadros.
Consta que Joaquim Manuel de Quadros, depois de mudar-se para o Planalto Médio do Rio Grande do Sul, região do Jacuyzinho, estabeleceu-se na estância, onde hoje está o povoado de São Bento, tendo confrontações com seu cunhado patriarca Rodrigo Félix Martins e também seu irmão José Antônio de Quadros.
Segue descendência de Bernardo Antônio de Quadros:
Bernardo Antônio de Quadros nasceu por volta de 1830, casou com Felicidade Maria Xavier em 1856, nascida provavelmente em 1841 no distrito de São Luís, Curitiba.
 Felicidade Maria faleceu por volta de 1878, na estância do Bom Sucesso, hoje município de Não-metoque, Rio Grande do Sul. Tinha como pais Francisco Xavier de Castro, nascido na Capela Tamanduá, Campo Largo, no dia 1º de Julho de 1809, falecido em Passo Fundo, fazenda Três Capões em 09 de Outubro de 1908 com 99 anos completos. E Anna Joaquina Marques Ferreira, nascida em Castro 1820, falecida em Passo Fundo no dia 20 de Abril de 1871.
Obs.: Bernardo Antônio de Quadros, é o mesmo Capitão Bernardo de quem se diz:
Possuidor de um espírito generoso, imensamente humanitário, se fez presente durante cinco anos no palco de operações de batalhas no Paraguai a partir de 1865, onde demonstrou coragem, mas principalmente devotou extremo respeito para com seus subordinados, quando em ocasiões especiais os chamava de irmãos. Foi o proprietário e criador da estância de Bom Sucesso próximo a Não-metoque de Seu Possidônio, a partir de 1856.
Capitão Bernardo com o final da guerra recebeu a 16 de Novembro de 1870, das mãos do Imperador Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, a carta de nomeação ao posto de Tenente Coronel, juntamente com uma espada banhada a ouro e prata.
Relação de Filhos de Bernardo Antônio e Felicidade:
1º Maria de Jesus de Quadros, nascida em 1856 em Passo Fundo.
2º Bernardino de Quadros, nascido em Passo Fundo em 24 de Maio de 1858.  Batizado no dia 2 de Junho de 1858 (Bernardino de Quadros faleceu na infância).
3º Bernardina de Quadros, nasceu em 1859 em Passo Fundo.
4º Dinarte de Quadros, nasceu no dia 1º de Maio de 1861, na fazenda Bom Sucesso, região do Jacuyzinho próximo a Não-metoque de Seu Possidônio.
5º Manuel Francisco de Quadros (meu avô) nasceu no dia 24 de Dezembro de 1863 na estância do Bom Sucesso, batizado no dia 26 de Janeiro de 1864, na Capela São Miguel, próximo a Passo Fundo.
Relação de respectivas uniões conjugais dos filhos de Bernardo e Felicidade:
Maria de Jesus e Quadros, casou no início de 1871 com Antônio Ribeiro de Santana Vargas (Nico Vargas), filho de Possidônio Ribeiro de Santana Vargas e Placidina da Rocha. Tiveram como filhos:
- Eulália Vargas, nascida em 1871.
- Josina Vargas, nascida em 1872.
- Augusto Vargas, nascido no dia 10 do Maio de 1875.
- Affonso Vargas, nascido em 1877.
- Ana Vargas, nascida em 1879, provável ano em que Maria de Jesus faleceu.
Bernardina de Quadros, casou em 28 de Agosto de 1878, com Miguel de Santana Vargas (Varguinhas), tiveram como filhos:
- Pureza Vargas.
- Dinarte Vargas.
- Placidina Vargas.
Dinarte de Quadros, casou com Amazília Vargas Martins, filha do Major Maragato Elesbão Félix Martins e Ambrozina Vargas (Zina), em 30 de Abril de 1875.
Manoel Francisco de Quadros casou com sua prima Polsina de Quadros, filha de Firmiano Pereira de Quadros e Galdina Honorata de Quadros, em 29 de Abril de 1885. Tiveram quatro filhos:
- Amália de Quadros, casada em 1906 com Josino Xavier da Cruz. Amália faleceu em 1907, deixando um filho órfão, Dinarte Xavier da Cruz.
- Infelizmente a segunda filha de Manuel Francisco e Polsina, não foi possível obter seu nome, nem a relação de descendentes.
- O terceiro filho,  Aparício de Quadros, casou com Tia Mindosa,  filha de Sabino Flores, tiveram 11 filhos.
- Aladim de Quadros, faleceu solteiro em 1945, com provavelmente 47 anos.
- Polsina faleceu no início do séc. XX.
Manoel Francisco de Quadros conhecido como Sinhosinho (meu avô), voltou a casar com Pedrina Vargas Martins (minha avó), no ano de 1907, filha de Elesbão Félix Martins e Ambrozina Vargas; obs: Pedrina Vargas Martins era Irma de Acólia Vargas Martins, casada com o escritor gaúcho de São Sepé, Clemenciano Barnasque e por sua vez, sobrinha de Pedro Vargas (Pedruca) que foi o fundador de Carazinho, Pedrina tinha como avós paternos José Fidéles Martis e Meringelda Correa. Manoel Francisco e Pedrina foram pais de 7 filhos:
1- Anna Maria de Quadros Gomes, minha mãe.
2- Felicidade de Quadros, faleceu solteira.
3- Adelaide de Quadros, casada com Vergílio da Silva, falecida em Palmeira das Missões, por volta de 1969.
4- Capitão Elesbão de Quadros, nascido por volta de 1918 em Carazinho, falecido no dia 06 do junho de 1995, em Esteio Rio Grande do Sul, era casado com Tia Chinica.
5- Ambrozina de Quadros casada com ... com quem teve dois filhos, Jorge e Eva, hoje todos falecidos.
6- Bernardo Antônio de Quadros, nascido em Bom Sucesso no dia 11 do 09 de 1921, falecido em Novo Hamburgo no dia 06 do 07 de 1995. Teve em primeira união Maria, com quem teve dois filhos. Em Segunda união Tia Eva, com quem teve seis filhos e grande descendência.
7- Adalberto de Quadros, nascido por volta de 1925, em Carazinho, casado com Tia Maria, com quem teve uma filha. Adalberto faleceu no final da década de 1990, em Goiânia- GO.
- Anna Maria de Quadros, filha primogênita de Manoel Francisco (Sinhosinho) e Pedrina Vargas Martins, é quem interessa para esse trabalho.
Anna Maria de Quadros (Anita), nasceu em Carazinho em 28 de Dezembro de 1907, faleceu em Não-Me-Toque em 1º de Julho de 1994. Casou-se em 24 de Junho de 1925 em Almirante Tamandaré do Sul com Artur Baptista Gomes, natural de Rincão dos Valos-Cruz Alta, nascido em 07 de Abril de 1900, falecido em Carazinho no dia 04 de Fevereiro de 1962.
Artur Baptista Gomes teve como pais: Manoel Gomes de Souza e Glaciliana Leopoldina Baptista. Ele filho de Lucas Souza Neto e Maria de Deus Gomes. Ela filha de João Baptista do Amaral e Frátiz Pinto Martins.
Artur Baptista Gomes e Anna Maria de Quadros foram pais de 14 filhos, dos quais 11 eram vivos em 1962, ano de falecimento de Artur.
Relação de Filhos de Artur Baptista Gomes e Anna Maria de Quadro Gomes:
1º Luís de Quadros Gomes, nascido a 20 de Março de 1926, em, Almirante Tamandaré do Sul, falecido a 5 do 11 de 2009 em Sapucaia do Sul.
2º Maria Laídes Gomes Coradin, nascida em 11 de Setembro de 1927.
3º Francisco Arnoldo Gomes, nascido em 24 de Maio de 1932.
4º Ana Elísia Gomes de Carvalho, nascida a 15 de Setembro de 1933.
5º Terezina Cení Gomes Schwalbrt, nascida a 07 de Abril de 1935.
6º Antônio Carlos Gomes, nascido a 07 de Maio de 1936.
7º Miguel Arnildo Gomes X.
8º Maria Nadir Gomes da Cruz, nascida no dia 20 de Julho de 1941.
9º Adelaide Gomes Sabini, nascida no dia 27 de Novembro de 1943.
10º Jorge Nero Gomes, nascido no dia 31 de Julho de 1946.
11º José Nereu Gomes, nascido em 3 de Setembro de 1948.
Ubilina Gomes (Biloca), nascida no dia 11 de Agosto de 1920, filha adotiva de Artur Baptista e Anna Maria e irmã paterna de Artur Baptista Gomes, falecida solteira no início do séc. XXI.
Segue descendência de Miguel Arnildo Gomes, nascido dia 21 de Outubro de 1939, em Bom Sucesso, Não-metoque. Casou-se no dia 19 de Setembro de 1964 em Colorado, Rio Grande do Sul, com Santa Martins Pinto, nascida no dia 07 de Abril de 1944, em Vista Alegre, Colorado.
Santa Martins Pinto é filha de Santo Martins Pinto, nascido em Cachoeira do Sul no dia 05 de Abril de 1908, falecido em Carazinho no dia 17 de Junho de 1995, filho de Pedro Martins Pinto, nascido em Cachoeira do Sul, falecido em Vista Alegre, Colorado e de Alpálece Dalforno, nascida na Itália, falecida em Tapejara-Rio Grande do Sul. E Maria de Almeida, nascida a 28 de Fevereiro de 1914 em Santa Barbara do Sul, filha de Justino de Almeida e Laura de Almeida, falecida em 24 de agosto de 1988, em Colorado, Rio Grande do Sul.
Miguel Arnildo Gomes e Santa Martins Pinto Gomes, são pais de:
- Artur Jair Pinto Gomes, nascido em 23 de Abril de 1966, em Colorado, Rio Grande do Sul.
- Tovar José Pinto Gomes, nascido no dia 11 de Outubro de 1971 em Carazinho, Rio Grande do Sul.
- Francieli Aparecida Gomes, nascida no dia 22 de Setembro de 1975 em Pato Branco, Paraná.
Francieli Aparecida Gomes Alves, casou no dia 21 de Outubro de 2010 em Tubarão, Santa Catarina com o professor universitário Maurício Vicente Alves, nascido no dia 05 de Outubro de 1980 em Abelardo Luz, Santa Catarina. Filho de Albary Arruda Alves e Salate Mary Casagrande Alves.
Este linear genealógico está direcionado para um único e exclusivo ponto, Miguel Arnildo Gomes, titular deste trabalho. Estendendo-se posteriormente até seus filhos e netos, onde mencionamos o primeiro pela ordem de nascimento,
Eduardo Felipe dos Santos Gomes (Dudu). Até chegar a aproximadamente 450 anos de história na localidade de Beja, Portugal, onde encontramos em 15º Geração João Maciel Valente e Maria Ribeiro.
Agradecemos pela colaboração, a Genealogista e por demais laureada escritora Mineira
Maria de Fátima Baptista Quadros
Idealizadora do livro: QUADROS, sua alma e sua gente. Nos caminhos da História.
Membro da academia Divinopolitana de letras;
*Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais;
*Academia Internacional de Lixicografia.
Fundadora e presidente da Confraria Cultural Brasil-Portugal.
Agradecemos também ao pesquisador  paranaense e Genealogista, João Edilson Lopes, residente em Ponta Grossa, Paraná. Por informações significativamente precisas que me foram passadas.

Trabalhos de digitação:
Tayoná Cristina Gomes
Leonardo Miguel dos Santos Gomes
Marília Beatriz dos Santos Gomes
Maurício Vicente Alves
Ezequiel Scheffer Gomes, filho de Francisco Arnoldo Gomes e Sônia Mara Scheffer, casados em segunda união de ambos.

REFERÊNCIAS
Origem; Wikipédia e Enciclopédia Livre
Livro: Raízes e Pioneirismo do Planalto Médio, escrito por Rozelis Vellozo Roderjan. Que segundo o saudoso diretor da empresa jornalística Diário da Manha de Passo Fundo, Diógenes Martins Pinto, trata-se a mesma de estudiosa, criteriosa e renomada historiadora paranaense.

Meus agradecimentos a todos que de uma maneira ou outra indistintamente colaboraram para a efetivação deste modesto trabalho que teve como objetivo descobrir a parte fundamental de minhas raízes.

Clevelândia, 07 de outubro de 2014 

Poesia - Mundo de Sonhos

MUNDO DE SONHOS

O canto de terra brotou e gerou mil poesias
Fazendo crescer a esperança, paz e alegrias.
No brejo hoje a corticeira amanheceu florida
Renascendo para um mundo de sonhos, e amor pela vida.

Não vejo marrecas no céu, nem João Grandes voando
Até mesmo a bela garça-branca; hoje é só contrabando!
Rumbiando para outras paragens, rumo a liberdade
Para um mundo onde talvez exista o amor de verdade.

-“Esta querência tem dono”- bradou-se uma vez
-“Desta jornada se volta com glórias, ou não voltamos mais”
-“Se o cavalo passar encilhado eu volto a montar”
-“Esta é a terra da legalidade”-já ouvimos falar.

Gaúcho ainda existe ou não existe mais?
Se pisamos em cinzas e memórias dos nossos ancestrais!
Pergunto: para onde foram e onde estarão
Nossos avós, nossos pais?

Será que gaúcho ainda existe, ou não existe mais?

Poesia - Cusquinho Regimento

Cusquinho Regimento

A reiterar fatos verdadeiros
Em minha ideologia caipira
A própia realidade se inspira
Em tempos remotos e infindos
Que um dia afloraram-se tão lindos
Na concepção de meus sonhos.

Dias que se divisaram risonhos
Como pétalas perfumosas de uma flor
Que extinguiram-se pelo calor
A se espalhar pelo caminho
Formando uma corrente de carinho
Entre a inocência e o amor.

Recorrer a nossa infância
Na sincronia de uma emoção
É sintetizar com exatidão
O que nos fez feliz um dia
Que nos proporcionou paz e alegrias
No porvir de um amanhacer.

Também em belos momentos de prazer
Neste resgate que não se contradiz
Quando a gente ao sentir-se feliz
Na afirmação mais pura e sincera
Reincorpora o passadismo e reitera
Que rememorar é a o mesmo tempo reviver.

A completar quatro anos de idade
Lembro que ganhei de presente
O que me deixou feliz e contente
E que não me cai no esquecimento
Daquele mágico momento
Em que chegou o meu padrinho
Trazendo um belo cãozinho.

Quando me alcançou pela janela
Com a pelagem amarela
O que recebi com tanto zelo
Tinha uma coleira branca de pelos
Ocasião em que recebeu o nome de Regimento.

Foi o presente mais divino
Que eu poderia receber
Em minha maneira de entender
Ou na ciência oculta da magia
De onde se integrou a própria sabedoria
Junto a emoção que se empilha.

No entanto integrou-se a famíla
Independendo da originalidade
Como se fosse meu irmão de verdade
A cumprir seu longo e mágico papel
Onde tornou-se o companheiro mais fiel
A me proteger com denodo e galhardia.

Sempre fui menino humilde
Como a situação identifica
E o bom senso simplifica
Quando a notoriedade não falha
Como Deus protege a quem trabalha
Na verdade contei com total proteção.

Dentro da mais imprevista situação
Ou nos mais indeterminados momentos
Recebi a leal companhia do Regimento
Como uma estrela que indica
E o companheirismo exemplifica
Neste meu real e natural rudimento.

Aquele cusquinho meia cauda
Tornou-se de extrema confiança
Brincando e correndo entre as crianças
Numa sensibilidade incontida
Passou a fazer parte de minha vida.

Mas quando a levar um pisão
A demonstrar a sua insatisfação
Transformava-se de repente
Rusgando e mostrando os dentes
A insinuar completa valentia
Quando apenas eu conseguia
Sensibilizar este meu cão.

Em tardes de intensa cerração
Pelos mais diversos caminhos
Na sensibilidade de não estar sozinho
Em minha ilusão de criança
Eu me sentia com extrema confiança
Quando ainda escuto o mágico tropel.

Hoje a pintar este histórico painel
Daquele cusquinho tranquiando comigo
Como quem diz “permaneço contigo”
Sem vacilar em um único momento
Por isso acredito que o Regimento
Sempre foi o meu amigo mais fiél.

Mas se nós tivermos outras vidas
Assim como pregam os espiritualistas
Será então mais uma grande conquista
Em poder retornar de novo
Mesmo a ser velho ou ser novo
Quando nossas vidas não teriam fim.

Então, como uma continuação enfim,
Sem perder no entanto o rumo a final
Talvez buscando-se um único ideal
Talvez seguindo-se uma mesma ideologia
Quando nesse segmento pra Deus pediria
Em eternizar este cãozinho, junto a mim.


Poesia - Continentino Sim Senhor

Continentino Sim Senhor

Brotei da cepa da história
Me fiz audaz, coeso, vigilante
Trilhei por caminhos marcantes
Ultrapassei remansos e corredeiras.

Em Pirogas de corticeiras
Pelo rio Uruguai eu desci
Sobre canoas no Ibiqui
Recebi o santo batismo
Aprendi o catecismo
Na catedral que não se encena.

Prendi a cruz de Lorena
Amarrada com Embira
No tronco da Guajuvira
Entrelaçada em um só nó.

Em amarras de cipó
Como uma benção que vem do céu
Arquitetei o meu primeiro Mundéu
Na redução do Caaró.


Pedi a benção pra Murubixaba
O imorredouro feiticeiro selvagem
Conduzi lendas, carreguei imagens
Quando neste contexto me alongo.

Busquei água com porongos
Pra benzer o chão bendito
Do continente infinito
Do Rio Grande de São Pedro
Que um dia aflorou sem medo
Na missão que não se acaba.

Com muito frio me aqueci na Taba
Sob o fascinante explendor da Lua
Ao lado de Cunhatais nuas
A exibir suas peles morenas.

Que excessivamente enfeitadas de penas
Imensamente me enfeitiçava
Momentos em que me conscientizava
Que nossa vida é tão breve ou pequena.

A famigerada lança de taquara
Que empunhou Sepé Tiaraju
Toda ornamentada em couro cru
Descobri flutuando no Vacacai.

E o legendário André Taquari
Que a tradição ainda nos fala
Vi cruzar de Xiripa e Pala
Sempre pomposo a despassito.

Lá a cola, vi tranformar-se em Andrézito
Numa arrogância que se consome
Onde tornou-se Artigas por sobrenome
Sobre a proteção da mãe Tupanci.

A transformar-se em ídolo entre os Guaranis
Ou junto aos Pajés dos fogões
Em um realce de mil emoções
A galopito e sem corcovos
Vi finalmente regressar aos sete povos
Como pacificador das missões.

Do Minuano impertinente
Me abriguei sobre uma Penha
Fui resenha da República andarilha.

Rumei por várzeas e coxilhas
Ostentando com fulgor
O valoroso pavilhão tricolor
Na insígnia imutável de uma raça
Que sob o Nordestão se esvoaça
Num clamor por liberdade
Dignidade, igualdade
Seguindo-se um único ideal.

Hoje de maneira até magistral
Enrolado neste venerável manto
Ainda ouço pelos quatro cantos
Nas longas noites quando desperto
Os inconfundíveis gritos de Antônio Neto
No inesquecível combate do Seival.

Ajudei o vovô a tocar tropas
Pelo caminho de Viamão
Desbravei rios e cruzei por sertão
Venci torrenciais enchentes
Levei a própria alma do continente
Apresilhada em meus ideais.

Ultrapassei com garbo os Campos Gerais
Quando encontrei com Antônio Bicudo
O memorável estancieiro sisudo
Que abastecia a abrigava os tropeiros
Castelhanos e brasileiros
Que celebrizaram esta rota.

Andei pelos campos, trilhei pelas grotas
Por onde a coragem não se acaba
Por onde a esperança não desaba
Margeando vales e serros
Ouvindo unicamente a voz dos cincerros
Até finalmente alcançar Sorocaba.

Em antigas armas de cavalaria
Nos tempos que lá se vão
Com Espada, Sabre e com Mosquetão
Fui vigia, fui sentinela.

O amor pela pátria verde e amarela
Sempre carreguei nos tentos
E o respeito por meu Regimento
Ainda cultivo com veneração.

Também juro, que não foi em vão
Quando escutei com imenso orgulho
A voz contagiante do Getúlio
Em estilo brando, entretanto varonil.

Na oração mais meticulosa e febril
Ultrapassando fronteiras e horizontes
Quando fez ecoar através do montes
Proporcionando-nos ênfase no momento
Quando bradava aos quatro ventos
Trabalhadores do Brasil.

Mergulhei em águas turvas
Como um centauro na escuridão
Agarrei-me no pega mão
Do para-peito da História.

 Fui legenda e memórias
Do glorioso berço continentino
Onde Deus traçou meu destino
Com respeito e com disciplina
Sobre o dorso da colina
Sem blateração ou escarcéu.

Torci meu próprio sovéu
A beira de um corredor
Vivendo na esperança e no amor
Também na devoção mais fiel.

Sempre contei com a proteção de São Miguel
Que levarei na minha bagagem
Um dia quando chegar ao fim a viagem

E eu adentrar a tranquito no céu.

Não Me Toque em versos

NÃO ME TOQUE EM VERSOS


Este rincão foi domado
Por braços de imortais
E nas patas dos baguais
Foi logo dimensionado
Entre mugidos de gado
Até então sem preceder-se
Começou a descrever-se
Ao ouvirem-se de manhã.

Logo depois dos nativos
Chegarão a ser incisivos
Quando a galopar sem deslizes
Acautelados, felizes
Seguindo-se em atropelos
Na volta do Cotovelo
Ou de um arroio Puitã.

Nas tropeadas de alguns bravos
Uma história se forjou
Das raízes que brotaram
Só as heranças restaram
Que o próprio tempo conservou
Hoje celeiro de produção
Onde tem berço e tradição.

De um pioneirismo que se arraigou um dia
Ao ventre da terra fez brotar poesias
Por onde o eco do vento excitou
Por entre uma trajetória que não se iguala
Ao transpor os anos jamais se abala
Não-Me-Toque, nos reflete como um sonho
Este nome foi o velho Possidônio
Que o imortalizou.

Nas bruacas em outros tempos
Guardaram-se misticismos
Por onde nem o próprio enciclopedismo
Ao cumprirem-se os fundamentos
Quando ao trançarem-se os mesmos tentos
Procurou-se abastecer.

Só no porvir de um amanhecer
Ao fixar-se as gravuras
Das mais lendárias figuras
Por entre o canto dos nativos
Que conservam-se ainda vivos
Na imaginação de um povo
Saudando o velho, o novo
E os que estão para nascer.

Junto ao fogo de galpão
Em um tom bem compassado
Lembram Capitão Bernardo
Homem bom e humanitário
Criador e proprietário
Da Fazenda Bom Sucesso.

Que sem ficção e sem versos
Chegou a ser contemplado
Enaltecido e elogiado
Pelo próprio imperador
Por ser taura de valor
Pelo grande brilhantismo
E pelo exemplo de civismo
Em tempos que lá se vai.

A Não-Me-Toque voltava
Onde a família o aguardava
Quando o estancieiro e comandante
Regressava triunfante
Dos campos do Paraguai.

Nem mesmo a tropilha dos anos
Conseguiu mudar os fatos
Pois ainda ouve-se os mesmos relatos
Quando ao usar-se de um só conceito
São contados de um mesmo jeito
Sem mudar nem um mentor.

É o povo ordeiro e seguidor
Que sem vacilar a um só momento
Apóia-se em ensinamentos
De uma doutrina cristã.

É o próprio agricultor
O homem trabalhador
Que sem ouvir um só estalo
Segue no mesmo cavalo
Quando muito se aprimora
Gente de ontem e de agora
De uma geração que se adianta
Que ao seguir se agiganta
Rumbeando pra o amanhã.

A imaginação me faculta
E ao Senhor do Céu proponho
Para que o velho Possidônio
A essa terra retorna-se.

O seu Não-Metoque renasce
Ou então renasceria
Onde a própria idolatria
Daria luz aos pirilampos
Na placidez dos verdes campos
Desabrochariam as flores
No rincão dos seus amores
Voltaria a ser feliz.

Para que rebrota-se a raiz
A estabelecer-se mais os elos
A seguir no paralelo
Na Honradez e lisura
Junto a indústria e a agricultura
Mas que a bela Jacutinga
Volte a piar nas restingas
Nas manhãs primaveris.

Os princípios foram um só
Ao ser provindos de um mesmo som
Ao brotar da seiva da mesma canção
Ao buscar-se também o mesmo ideal
Ao lembrar-se Schimitt, Graeff, Otto Sthal
E outros tantos egrégios da história
De um passado sem jaça e de glórias
Onde sempre se irradiou alegria em viver.

Quando movidos pelo bem querer
Numa hora sublime e de graça
Ao surgir à mistura de raças
Ao tornarem-se coesos e completos
Ao unirem-se pelo mesmo dialeto
Ao saudarem-se ao amanhecer.

Do candeeiro do tempo
Onde sotaques se fundem
Aspirações se correspondem
Ao atingir um só nível
Pela razão infalível
No sonho da antiguidade
Onde resplandece a claridade
Ao perpetuar-se nesta hora.

Nesta gênese que se aflora
A nivelar-se por cima
A buscar-se na essência da rima
A inspiração e poesia
O fulgor que se irradia
Sem rasuras ou cicatriz.

Com culturas diferentes
A formar-se uma só cultura
Com arte e nomenclatura
Neste aparato que se expande
Sobre o seio do Rio Grande
Não-Metoque só com zelo
Pode servir de modelo
Para todo o nosso país.

Germânicos, Italianos
Nativos americanos
Africanos, Portugueses
Espanhóis e Holandeses
E algumas mais descendências
Que habitam esta querência
Mesmo de longe ou de perto
Citam Coronel Alberto
Como colonizador primaz
Que sempre arraigado e tenaz
Sem adorno ou matizes
Ofereceu diretrizes
Para todos os que o seguiam.

Pra colônia que nascia
Na expressão comovente
Foi à cacimba, a vertente
A gota d’água cristalina
Que deu força e disciplina
Na imagem que se assemelha.

Ao ligar-se à terra vermelha
A linha do horizonte
Quando se embasa na fonte
O futuro que se espelha.

Os viajantes chegaram
Entoando uma só voz
Ao irmanarem-se com nós
Imigrantes que sonharam.

Já no momento se alistam
Como eternos pacifistas
Onde respeita-se os mesmos direitos
Num preciosismo, sem preconceitos
Os campeiros e colonos
Ao julgarem-se os donos
Deram-se as mãos por aí.

A caminhar lado a lado
Loiras e xirús irmanados
Com paz amor e carinho
Construindo um só caminho
Num virtuosismo constante
Onde o agricultor vibrante
Ao voltar em novas cargas
Torna a terra do seu Vargas
Jardim do Alto Jacuy.