O tempo cruza
tão depressa sem deixar rebentos
Deixando
apenas amor, dor, mágoas, e sofrimentos
Como vestígio
de uma existência que o próprio tempo apagou,
Como replica
incontestável de uma vida que se evidenciou,
Onde se vive
apenas na desilusão e na dor da saudade,
Onde
incessantemente se corre atrás da dita dona felicidade,
Que se é que
ela realmente existe, jamais alguém um dia a encontrou.
O tempo cruza
tão depressa como um furor de vento
Como um bando
de pássaros migrantes em movimento,
Como um
corisco que correu no espaço riscando o universo,
Ou uma vaga
ilusão que viajou pelos confins sem colher sucesso,
Cruzando por
oceanos, vales, marcos, gerações
De onde
talvez se busque inspiração para muitas canções,
Queimando o
encanto da poesia pelo calor do próprio verso.
Talvez ainda
o eco do tempo se espalhe pelas distancias,
A conduzir
silencio ou a produzir sons em mágicas ressonâncias,
Na razão de
se poder viver e ver o tempo passar
Que o planeta
terra existe não se pode questionar
Buscando razões,
verdades, mentiras ou critérios.
Mas o
mistério do tempo é mais um grande mistério
Que só ele
mesmo nosso poderoso Deus a nós pode explicar.
Miguel Arnildo Gomes
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