sábado, 11 de maio de 2013

Poesia Índia Anaí


ÍNDIA ANAÍ - MIGUEL ARNILDO GOMES

Aquele marco plantado
Na colina do Caiboaté,
Comprova que índio Sepé
Sem fazer ostentação
Pra defender o seu chão
Ao sair de São Miguel
Rumo a São Gabriel
Morreu com lança na mão.

Anaí, quanta ousadia,
Audaciosa e caborteira,
Formando a mesma carreira
Ao deixar na taba o filho
Percorrendo o mesmo trilho
Quando a cruzar por ali.
China intrépida, ignorante e sedutora,
Quando um dia também fora
A mais bela cunhataí.

Ela partiu pelo fator verdadeiro,
Quando no afã de servir guerreiros
Canta, grita, chora e ri.
Quanta fraqueza
Em um imensurável frenesi,
Liderando outras chinas
Sobre brenhas campos e campinas,
No rumo a Itusaingô
Onde um dia também tombou
Ela, a tapejara índia Anaí.

Quanta rudeza,
Quando a conduzir-se em um só tropel
A ser amarga como o fel
Somente sendo fiel
Ao seu deus Tupã e mãe Tupanci.
Sobre a flor da corticeira
Que crescera no banhadal
Ao tornar-se imortal
Ficou morando pra sempre, a Anaí.

Cunha valente,
Que ao próprio amor não se apega
Disparando por entre as macegas,
Dessa situação não reclama.
Quando ela, a índia Anaí
Símbolo de cunha guerreira
Junto ao um pé de corticeira
Foi devorada pelas chamas.

Salve, salve Anaí!!!
Cunhataí, depois cunha guerreira.
Salve a índia missioneira ,
Salve o bugre, xucro e nu.
Salve, salve Tiarajú
Salve Sepé redivivo.
Salve Andrezito altivo
Nosso André Taquari
Neste culto de emoções
Salve o mártir das missões.
Salve o pagé do momento,
Salve o rodeio dos ventos.
Mil vezes, salve, salve, salve
Anaí!!!

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